Apelar ao fim da tourada
... não é privar nem impor nada a ninguém. É simplesmente explicitar que é perfeitamente razoável admitir que um animal não queira ser ferido de morte (sem entrar em argumentos animalistas).
O argumento em defesa da vida de um animal vale para o touro e para um humano. Apesar de um touro não ter por nós a mesma bondade é perfeitamente razoável admitir que um animal não queira ser ferido de morte.
O touro mata-nos se o atacarmos. Nós podemos sempre escolher e mesmo prescindir de o atacar atentando contra a nossa própria vida. Por isso o consentimento é diferente de outros casos.
Nós, os humanos, temos escolha.
E não é por pensar que a "humanidade é superior" que se deve acabar com a tourada ou deixar o touro viver. Deixa-lo viver é de facto a condição que nos diferencia dele, na nossa humanidade.
As touradas vão acabar? Não tenho dúvidas sobre isso. Falta-nos escolher em conjunto e democraticamente a escala de tempo para isso acontecer. Para alguns seria ontem (Projecto-Lei n.º 879/XIII/3ª, 6/junho/2018), para mim poderia ter sido.
Criado/Created: 07-07-2018 [15:18]
Última actualização/Last updated: 27-11-2024 [17:00]
For attribution, please cite this work as:
Charters, T., "Apelar ao fim da tourada": https://nexp.pt/ddr/grandetourada.html (07-07-2018 [15:18])
(c) Tiago Charters